segunda-feira, 18 de abril de 2016

Coisas do Coração II

Revisando: Anatomia, fisiologia e eletrofisiologia.









Localização:
Tórax, no mediastino, entre os pulmões e à frente da coluna. A base (parte superior) localiza-se abaixo da segunda costela e o ápice (parte inferior) inclina-se para frente e para baixo em direção ao lado esquerdo do corpo, repousando sobre o diafragma.

Tamanho: 
Cerca de 12,5 cm de comprimento e 9 cm de largura e pesa entre 255 a 340g, variando de acordo com o tamanho da pessoa, idade, sexo e condicionamento físico.

Camadas:
Pericárdio – Estrutura de tecido conjuntivo que circunda o coração, funcionando como um saco protetor rígido; consiste em pericárdio fibroso (ajusta-se frouxamente ao coração) e pericárdio seroso (porção interna delgada e lisa que contém lâminas parietal – reveste o interior do pericárdio fibroso - e lâmina visceral – se adere à superfície do coração;

Epicárdio – camada mais externa, composta de células epiteliais escamosas sobrepostas ao tecido conjuntivo; lâmina visceral do pericárdio seroso;

Miocárdio – camada média, compõe a maior parte da parede do coração e é composta por tecido muscular que contrai-se a cada batimento do coração; Endocárdio – camada mais interna, contém tecido endotelial com pequenos vasos sanguíneos e feixes de músculo liso.

*O espaço pericárdico separa as lâminas visceral e parietal e contém 10 a 20 ml de líquido que lubrifica as duas superfícies. O excesso desse líquido pode levar ao derrame pericárdico, comprometendo a capacidade do coração de bombear sangue.

Propriedades Fundamentais do Coração

Automaticidade ou cronotropismo
É a propriedade que têm as fibras de gerar estímulos espontaneamente, sem necessidade da inervação extrínseca.
Freqüência:Nó sinusal: 60 a 100
Junção Átrio-ventricular: 40 a 50
His purkinje: menos 40

Excitabilidade ou batmotropismo
É a propriedade que apresentam as fibras de iniciar um potencial de ação em resposta da um estímulo adequado.

Condutibilidade ou dromotropismo
É a propriedade das fibras de conduzir e transmitir às células vizinhas um estímulo recebido.

Contrabilidade ou Inotropismo
É a capacidade de responder ao estímulo elétrico através de uma atividade mecânica, representada pela contração miocárdica.


Ciclo Cardíaco

O trabalho mecânico do coração utiliza duas variáveis: volume de sangue e pressão.
*Pressão Ventricular ↑ , pressão atrial ↓ , fechamento dos folhetos da valva mitral = 1º bulha = fechamento das valvas átrio- ventriculares.

*Pressão Ventricular ↓ ficando menor que a pressão da aorta = fechamento da valva aórtica = 2º bulha = fechamento das valvas semilunares.

Sístole
- Período de contração isovolumétrica (ventrículo fechado)
-Período de ejeção ventricular:
     * Ejeção rápida
     * Ejeção lenta
- Protodiástole

Díastole
-Período de relaxamento isovolumétrico
(↓ pressão intraventricular)
-Período de enchimento ventricular:
* Rápido
* Lento
-Período de contração atrial


Determinantes do DC

DC=FCxVS



FC = Frequência Cardíaca (nº de batimentos por min)
VS = Volume Sistólico (volume de sangue ejetado durante a sístole ventricular – 60 a 130ml)


Estimulação Cardíaca

Compreende a sucessão cíclica de dois eventos:
*potencial de repouso
*potencial de ação

O estímulo elétrico induz uma DESPOLARIZAÇÂO. quando uma onda de estimulação passa através do coração, as células adquirem cargas positivas e ocorre: CONTRAÇÃO.

Na REPOLARIZAÇÃO o coração restabelece o estado original com cargas negativas no interior da célula. Corresponde à fase de RELAXAMENTO do músculo miocárdio.

A despolarização e a repolarização são fenômenos puramente elétricos da célula miocárdica , originados por correntes eletrolíticas do sódio e potássio.




Eletrocardiograma (ECG)

ECG é a representação gráfica dos impulsos elétricos gerados por nosso sitema de condução fisiológico. O marcapasso natural do coração é chamado nó sinoatrial (NSA) localizado no átrio direito.
sitema de condução do coração contém fibras especializadas que conduzem o impulso elétrico do NSA para o resto do coração. O impulso elétrico sai do NSA e vai para o átrio direito e esquerdo, fazendo-os contraírem juntos. Isso leva 4 segundos.
Há então um atraso natural para permitir que os átrios contraiam e os ventrículos se encham de sangue.
O impulso elétrico — então vai para o nó atrioventricular (NAV).
Depois, o impulso elétrico vai para o feixe de Hiss e se ramifica nos feixes direito e esquerdo onde se espalha rapidamente usando as fibras de Purkinje para os músculos do ventrículo direito e esquerdo, que se
contraem ao mesmo tempo..

                                     
Ciclo elétrico do coração, ilustrando as sequências de ativação dos átrios e dos ventrículos (retirado do site: http://www.jordanereis.pro.br/cti/resumos/EletroJo.htm


As Derivações Eletrocardiográficas

Plano Frontal: Standart D1, D2, D3
Unipolares aVR, aVL, aVF
Plano Horizontal: Precordiais V1,V2,V3,V4,V5,V6
Derivações no Plano Frontal:
D1 - diferença de potencial entre braço esquerdo e direito
D2 - diferença de potencial entre pernas e braço direitos
D3 - diferença de potencial entre pernas e braço esquerdos
Derivações no Plano Horizontal:
V1 - 4º espaço intercostal, bordo direito esterno
V2 - 4º EI, bordo esquerdo esterno
V3 - entre V2 e V4
V4 - 5º EI, linha hemiclavicular
V5 - 5º EI, linha axiliar anterior
V6 - 5º EI, linha axilar média

                                                       


O registro eletrocardiográfico 
é feito em papel quadriculado,  cada quadrado pequeno de 1 m. Cada grupo de 5 quadradinhos na horizontal e na vertical compreende um quadrado maior, que é delimitado por uma linha mais grossa. No eixo horizontal, marca-se o tempo. Como o registro é realizado em uma velocidade de 25 m/seg, cada quadradinho equivale a 0,04 segundos. Portanto 5 quadradinhos (1 quadrado maior) equivalem a 0,20 segundos.No eixo vertical , marca-se a amplitude elétrica, cada quadrado pequeno equivale a 0,1m volt.
Onda P
Duração: em D2, de 0,11 segundos
Morfologia: arredondada, monofásica, pequenos entalhes; na taquicardia, pontiaguda
Amplitude: em D2, de 2,5 mm
Polaridade: Positiva em D1, D2 e D3; Neg. em aVR

Intervalo PR
Duração < 0,2 seg
Isoelétrico.

Complexo QRS
Duração: de 0,05 a 0,10 segundos
Morfologia: R, rS, rSr’, Q, qR, qRs; de V1 a V6
Amplitude: baixa voltagem: < 5 mm (D1 a aVF); Alta voltagem: S em V1 + R em V5 > 35mm

Segmento ST
É o intervalo entre o fim do complexo QRS (ponto J) e o início da onda T
Isoelétrico.




AVALIAÇÃO DO ECG 


Ondas P precedendo cada QRS (impulsos gerados no nódulo SA).
Ritmo regular (intervalos regulares entre os QRS).
Frequência entre 60 e 100 bpm.
Intervalo PR < 0,20 seg.
QRS <0,10 seg. (despolarização ventricular).
ST - término despolarização e início repolarização ventricular
T – Repolarização ventricular.


Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo. O crédito de algumas imagens e conteúdos são dados aos seus respectivos autores.







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