ARRITMIAS CARDÍACAS EM PACIENTES EM SITUAÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE
Por Tony Figueiredo
Arritmias cardíacas são eventos frequentes nos pacientes em situação de alta complexidade, contribuindo significativamente para morbidade e mortalidade na unidade de terapia intensiva. Além do significativo aumento do tempo de permanência e custo hospitalar. O conhecimento do seu mecanismo causador e a monitorização dos possíveis fatores associados são fundamentais.
É possível identificar precocemente pacientes com maior risco para apresentar arritmias cardíacas?
66% dos pacientes apresentam sinais e sintomas anormais em até 6 horas antes da parada.¹
Alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento de arritmias, tais como:
- Idade avançada.
- Sexo masculino.
- Arritmia ou doenças cardiorrespiratórias prévias.
- Infarto agudo do miocárdio (IAM).
- Cirurgia torácica e pós-operatório de cirurgia cardíaca.
Alguns achados comuns em pacientes internados em alta complexidade, acentuam o risco do desenvolvimento de arritmias:
- Dor
- Hipóxia
- Infecção
- Sangramento
- Hipotensão arterial
- Distúrbios eletrolíticos
- Disfunção orgânica,
- Uso de fármacos vasoativos e inotrópicos.
Estudo epidemiológico realizado entre 1971-1983, descreveu prevalência de 78% de arritmias cardíacas em pacientes internados em UTI de caráter geral.²
Estudo da incidência dos tipos de arritmias em UTI em pacientes com idade ≥ 65 anos, entre 1991 e 1998, constatou ser a FA o tipo mais freqüente (44,8%). AMIODARONA é o fármaco mais utilizado não só por FA ser arritmia mais frequente, mas também por este fármaco possuir menor efeito inotrópico negativo e “pro-arritmogenico” que os demais. Em pacientes com arritmias cardíacas atriais associadas a instabilidade hemodinâmica, a cardioversão elétrica foi apresentada como o tratamento de escolha.³
Estudo realizado em 2008, a despeito da morbidade e mortalidade por arritmias em UTI, mostra que a conduta inicial frente a estas, obteve sucesso em menos da metade dos casos (41%).4
Portanto, o manuseio correto desses eventos depende não só da tecnologia empregada para o seu diagnostico e tratamento, mas também da observação dos possíveis fatores associados e do conhecimento do seu mecanismo causador. visando a profilaxia e tratamentos adequados.
Referências:
1-Buist M et al. Association between clinically abnormal observations and subsequent in hospital mortality: a prospective study Resuscitation. 2004,62(2):137–141.
2- ARTUCIO, H. e PEREIRA, M. Cardiac arrhythmias in critically ill patients: epidemiologic study. Crit Care Med. 18:1383-1388.1990.
3- Baine WB, Yu W, Weis KA. Trends and outcomes in the hospitalization of older Americans for cardiac conduction disorders of arrhythmias, 1991 1998. J Am Geriatr Soc, 2001;49:763-770.
4- Pires LDA et al. Registro Prospectivo de Arritmias Cardíacas em Unidade de Terapia Intensiva.Rev Bras Clin Med, 2008;6:233-236.
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