quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ARRITMIAS CARDÍACAS EM PACIENTES EM SITUAÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE
Por Tony Figueiredo

Arritmias cardíacas são eventos frequentes nos pacientes em situação de alta complexidade, contribuindo significativamente para morbidade e mortalidade na unidade de terapia intensiva. Além do significativo aumento do tempo de permanência e custo hospitalar. O conhecimento do seu mecanismo causador e a monitorização dos possíveis fatores associados são fundamentais.

É possível identificar precocemente pacientes com maior risco para apresentar arritmias cardíacas?

66% dos pacientes apresentam sinais e sintomas anormais em até 6 horas antes da parada.¹

Alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento de arritmias, tais como:

- Idade avançada.
- Sexo masculino. 
- Arritmia ou doenças cardiorrespiratórias prévias.
- Infarto agudo do miocárdio (IAM).
- Cirurgia torácica e pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Alguns achados comuns em pacientes internados em alta complexidade, acentuam o risco do desenvolvimento de arritmias:

- Dor
- Hipóxia
- Infecção
- Sangramento
- Hipotensão arterial
- Distúrbios eletrolíticos 
- Disfunção orgânica, 
- Uso de fármacos vasoativos e inotrópicos.

Estudo epidemiológico realizado entre 1971-1983, descreveu prevalência de 78% de arritmias cardíacas em pacientes internados em UTI de caráter geral.²

Estudo da incidência dos tipos de arritmias em UTI em pacientes com idade ≥ 65 anos, entre 1991 e 1998, constatou ser a FA o tipo mais freqüente (44,8%). AMIODARONA é o fármaco mais utilizado não só por FA ser arritmia mais frequente, mas também por este fármaco possuir menor efeito inotrópico negativo e “pro-arritmogenico” que os demais. Em pacientes com arritmias cardíacas atriais associadas a instabilidade hemodinâmica, a cardioversão elétrica foi apresentada como o tratamento de escolha.³ 

Estudo realizado em 2008, a despeito da morbidade e mortalidade por arritmias em UTI, mostra que a conduta inicial frente a estas, obteve sucesso em menos da metade dos casos (41%).4 

Portanto, o manuseio correto desses eventos depende não só da tecnologia empregada para o seu diagnostico e tratamento, mas também da observação dos possíveis fatores associados e do conhecimento do seu mecanismo causador. visando a profilaxia e tratamentos adequados.

Referências:

1-Buist M et al. Association between clinically abnormal observations and subsequent in hospital mortality: a prospective study Resuscitation. 2004,62(2):137–141.

2- ARTUCIO, H. e PEREIRA, M. Cardiac arrhythmias in critically ill patients: epidemiologic study. Crit Care Med. 18:1383-1388.1990.

3- Baine WB, Yu W, Weis KA. Trends and outcomes in the hospitalization of older Americans for cardiac conduction disorders of arrhythmias, 1991 1998. J Am Geriatr Soc, 2001;49:763-770.

4- Pires LDA et al. Registro Prospectivo de Arritmias Cardíacas em Unidade de Terapia Intensiva.Rev Bras Clin Med, 2008;6:233-236.


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